Banda Liberdade - 120 anos

                                                           Uma história que não pode terminar

Sílvia Mello


Aqui é onde tudo começa. Mas não basta escrever. É preciso ser tocado pela música.

Conhecida na cidade de São Roque como "Banda Liberdade" e reconhecida ao longo de mais de um século, por seu uniforme azul, esteve presente em todos os acontecimentos artísticos, musicais, tradicionais, sociais, políticos, públicos e privados, de importância na vida dos são-roquenses no século 20. Fundada em 1896, por Joaquim de Oliveira, um professor, e Casemiro de Abreu, ao lado de outros músicos e sonhadores, a Corporação Musical "Liberdade" permanece no imaginário da cidade, como paisagens, cores, imagens e sabores.



Ora dividindo, ora disputando espaço com as Corporações Musicais Carlos Gomes (antiga Conte di Torino, a "Banda Italiana") e 7 de Setembro, a Banda Liberdade formou gerações de músicos e destacou-se em importantes concursos, como o que lhe garantiu a Medalha de Ouro, sob a regência do maestro Epaminondas de Oliveira, em 1909, no Concurso de Bandas Civis do interior, realizado no Parque da Luz, em São Paulo.

Não menos importante foi sua presença, no Ipiranga, homenageando os brasileiros, e o Brasil no Centenário de sua Independência, em 7 de Setembro de 1922 (foto abaixo, de Eugênio Verzini).

Ao longo de mais de cem anos, a mesma sede, numa rua central de São Roque, abrigou os ensaios, as noites festivas, os momentos de se preparar para levar a música da Banda Liberdade aos coretos das praças, aos teatros, ao circo, aos cinemas, às procissões, aos atos comemorativos, às Festas de Agosto, em homenagem ao padroeiro e em comemoração ao aniversário da cidade, às Festas do Vinho e seus desfiles e eventos de abertura.

Por sua sede passaram os copistas, que se dedicaram a transcrever as partituras a mão, em bico de pena, por muitos anos desde o final do século 19, para cada um dos instrumentos; em cada tempo, no seu compasso, um artista diferente deles tirava sua música.

Como uma corrente de notas musicais que eternizam momentos e unem o ontem ao amanhã, passaram pela Banda Liberdade centenas de músicos, intérpretes e compositores que deixaram suas marcas como simples artesãos de sons, de passagem, ou genuínos autores, em partituras que sobreviveram à ação do tempo.

Mantendo a tradição de preservar o valor de cada músico que passou pela Corporação Musical Liberdade, em diversos momentos de sua história, foram transcritos em seus livros de registro os nomes de seus regentes, do passado e do presente. Por muitos anos, a banda lhes prestou homenagens, ora emoldurando seus retratos e ostentando-os, nas paredes da sede, ora dirigindo-se aos seus túmulos em atos comemorativos.

Imagens: 1 - CML em 1901, s/autoria (foto ainda sem tratamento digital);  2 - Maestro Epaminondas de Oliveira, foto: E. Verzini, s/data: 3 - CML, Ipiranga, SP, 7 de Setembro de 1922, foto: Eugenio Verzini; 4. Fachada da sede da CML, rua Entico Dell'Acqua, SR, 2016, foto: Sílvia Mello

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